Conversando sobre educação científica

Aqui nós, do Núcleo de Educação Científica - NECBio, da UnB, criamos um espaço para a troca de idéias sobre educação científica, divulgação da ciência e debates sobre o papel da ciência em nossas vidas. Esperamos que sirva de mapa para a rica mina da divulgação científica e para recursos voltados para ensino de ciências e biologia. Aproveite!


sábado, 27 de novembro de 2010

Nas bancas para professores


A Scientific American Brasil, edição nacional da conhecida revista de divulgação científica, lançou uma publicação voltada para o professor.
Uma das revistas de divulgação científica mais importantes do mundo, a Scientific American, tem uma versão brasileira, publicada no país desde 2002. A consolidação no Brasil fez com que os editores da publicação resolvessem expandir o horizonte e – num movimento bem parecido com o Alô, Professor da Revista Ciência Hoje – criassem uma revista dirigida aos professores de ciências do ensino médio e fundamental: o Scientific American Brasil Aula Aberta.
A revista bimestral aproveita material publicado anteriormente na Scientific American Brasil e dá ênfase, por meio de planos de aula, ao uso do conteúdo escolhido nas escolas.
O número 1 – disponível aqui [PDF] –, por exemplo, traz textos que propõem a criação pelos alunos de um planisfério e, também, ensina como dar uma aula sobre energias limpas.



A revista Carta Capital também criou uma edição voltada para o professor que apresenta em seus volumes vários artigos de divulgação científica.



É interessante procurar esse material para realizar trabalhos nas escolas!

domingo, 14 de novembro de 2010

Compreender a Ciência

"...No outro dia ficamos sabendo que o Stephen Hawking voltou atrás na sua teoria sobre os buracos negros, aqueles furos no Universo em que a matéria desaparece. Nem eu nem você entendíamos a teoria, e agora somos obrigados a rever nossa ignorância: os buracos negros não eram nada daquilo que a gente não sabia que eram, são outra coisa que a gente nunca vai entender. Nosso consolo é que nada disto tem a ver com nosso café com leite. Os buracos negros e o nosso café com leite são, mesmo, extremos opostos, a extrema angústia do desconhecido e o extremo conforto do familiar. Não cabem na mesma mesa ou no mesmo cérebro..."

Luís Fernando Veríssimo;Retirado de "O MUNDO É BÁRBARO e o que nós temos a ver com isso".

Como a Ciência é apresentada para os cidadãos e como é compreendida, ou não é!?

domingo, 24 de outubro de 2010

Semana para divulgar

De 18 a 24 de outubro acontece, em todo o país, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, um dos maiores eventos de divulgação científica do mundo. O tema deste ano: ciência para o desenvolvimento sustentável.

Ciência cidadã

Ildeu de Castro Moreira, um dos maiores nomes da divulgação científica nacional, em entrevista para a 'revistapontocom'.
O tema central: como melhorar o ensino de ciências nas escolas do país?

O professor e físico Ildeu de Castro Moreira há décadas, vive para a divulgação da ciência. Seja com suas palestras, projetos ou mesmo trabalhando em revistas do gênero (Ildeu já foi editor científico da própria Ciência Hoje), ele sempre está lá, segurando a bandeira do conhecimento.

Cada cidadão tem o direito de conhecer as coisas da ciência - Ildeu trabalha, desde 2004, no Ministério da Ciência e Tecnologia. Sua função: dirigir o departamento que cuida, justamente, da difusão e divulgação de ciência.

Entre outras ações importantes à frente desse departamento, ele foi o responsável por implantar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que, desde 2006, mobiliza milhares de pessoas em atividades de divulgação em todo o país.

Abaixo, algumas passagens de Ildeu na entrevista:

"É necessário mostrar que ciência é um processo, mais do que um conhecimento cristalizado".

"Os alunos precisam acreditar no seu potencial inovador. Precisam ter curiosidade".

"Devemos conversar sobre ciência desde a primeira infância".

"A escola do século 21 passa por um momento de transformação grande. É preciso romper uma certa letargia. Letargia frequente nas escolas de aceitar mudanças estratégicas".

"A única coisa que a escola não pode fazer é acabar com a curiosidade do aluno".

"Nós temos que ensinar a ler, contar e... experimentar! Inovar! Fazer coisas novas. E isso começa na escola. A atividade do professor é fundamental nesse sentido".

"É importante ensinar ao professor dizer não sei. No mundo de hoje, é tão comum não saber. E é tão difícil o professor falar não sei".

"Cada cidadão tem o direito de conhecer as coisas da ciência".


Entrevista exclusiva com Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia

http://www.revistapontocom.org.br/conversa-com/midiaeducacao-ciencia-e-inovacao

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ciência Hoje das Crianças

As ações de divulgação científica dirigidas às crianças têm como um dos objetivos iniciá-las no entendimento da linguagem científica e são realizadas por meio de diferentes estratégias e em diferentes espaços sociais.

Existem diversos sites com objetivo de disponibilizar conteúdos de divulgação científica para as crianças. Dessa forma, há uma ótima oportunidade para os professores do ensino fundamental (e também ensino médio) preparar aulas com esses conteúdos científicos. Certamente as aulas ficariam muito mais interessantes e com um nível de aprendizado bem mais elevado.


 Um desses sites, muito interessante por sinal, é o Ciência Hoje das Crianças. Nele há diversos materiais, desde textos até desenhos com vários conteúdos interessantes para crianças e adolescentes.



Confesso que aprendi algumas coisas legais no site das crianças...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Divulgação científica no ensino de ciências

O uso de revistas entre outros materiais da mídia impressa nos trabalhos escolares, como apoio além do livro didático, pode ser uma prática importante e útil, auxiliando na contextualização dos conteúdos, na apresentação dos conceitos e no desenvolvimento de práticas de leitura.

A popularização da ciência ou divulgação científica pode ser definida como ”o uso de processos e recursos técnicos para a comunicação da informação científica e tecnológica ao público em geral. Nesse sentido, a divulgação supõe a tradução de uma linguagem especializada para uma leiga, visando a atingir um público mais amplo” (ALBAGLI, 1996, p. 397).

Tanto os cadernos de ciência de jornais e de revistas de variedades como também mais especificamente as revistas Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças, Scientific American Brasil, Revista Pesquisa Fapesp entre outras, são produções impressas com a finalidade de realizar a divulgação científica.

Essas produções trazem informações sobre ciência na forma de notícias, reportagens e entrevistas que são dirigidas ao público em geral. Seus textos não foram especificamente produzidos para serem utilizados na sala de aula. No entanto, devido à qualidade gráfica dessas produções, que geralmente trazem muitas fotos e infográficos, além de informações atualizadas e interessantes, são materiais utilizados tanto pelos professores como também por autores de livros didáticos, possibilitando leituras complementares.

De acordo com as ”Diretrizes Curriculares da Educação Básica”, a leitura científica deve ser utilizada pelos professores a fim de possibilitar que os alunos se aproximem do professor e aprofundem os conceitos trabalhados.

Dessa forma, a divulgação científica é considerada um aspecto essencial para o ensino de Ciências, “tanto para a formação do professor quanto para a atividade pedagógica”, juntamente com a história da ciência e a atividade experimental. A realização de leituras científicas possibilita o enriquecimento da cultura científica dos alunos, e, dessa forma, “o ensino de Ciências deixa de ser encarado como mera transmissão de conceitos científicos, para ser compreendido como processo de superação das concepções alternativas dos estudantes, possibilitando o enriquecimento de sua cultura científica”.

Alguns cuidados que os professores devem observar quanto à utilização desses materiais:

O professor deverá observar a qualidade desses materiais, selecionando tão somente os que tiverem linguagem adequada articulada a um rigor teórico conceitual que evita a banalização do conhecimento científico. O uso de material inadequado, bem como de anedotas, analogias, metáforas ou simplificações que desconsideram o rigor conceitual compromete o ensino e prejudica a aprendizagem. [...] Na utilização de um texto de divulgação científica, por exemplo, o professor precisa identificar os conceitos e/ou informações mais significativas, fazer recortes e inserções, além de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais.

E, dentre os diversos materiais de divulgação são sugeridos:



3. Revistas Scientific American e Scientific American Brasil – Publicação da Editora Duetto



Portanto, essas diretrizes apontam para o caminho que aqui se propõe refletir e aplicar, ou seja, que haja uma utilização de textos de divulgação científica com uma “rigorosidade metódica [...] prática necessária a um educador democrático, que [...] reforça a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão”.

Textos Interessantes

A Divulgação Científica Aplicada ao Ensino Médio

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Biodiversidade

Clique nos links coloridos para ser redirecionado ao texto
"Textos de Nurit Bensusan, bióloga que divide seu tempo trabalhando com conservação da biodiversidade e refletindo sobre meio ambiente, ciência e tecnologia no blog "Nosso Planeta".

O que é educação em saúde?

A educação em saúde pode ser entendida como processo que procura capacitar os indivíduos a agir conscientemente diante da realidade cotidiana, com aproveitamento de experiências anteriores formais e informais, tendo sempre em vista a integração, continuidade, democratização do conhecimento e o progresso no plano social. É um campo multifacetado, para o qual convergem diversas concepções, tanto das áreas da educação, quanto da saúde, as quais espelham diferentes compreensões do mundo. O conceito de educação em saúde é definido como um processo que abrange a participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas das pessoas sob risco de adoecer.


Referências

GAVIDIA, V. Salud, educación y calidad de vida: De cómo las concepciones del profesorado inciden en la salud. Santa Fe de Bogotá: Magisterio; 1998.


Documentos Relacionados

MARCO LEGAL - Saúde, um Direito de Adolescentes


Links interessantes

Ministério da Saúde

Educação em saúde na escola

Na escola, onde crianças e jovens passam grande parte de seu dia, as ações de orientação de promoção da saúde constituem importante meio de informação. A escola, local onde vivem, aprendem e trabalham muitas pessoas, é um espaço no qual programas de educação e saúde podem ter grande repercussão, atingindo os estudantes nas etapas influenciáveis de sua vida, quais sejam, a infância e adolescência (BRASIL, 2002).

A concepção da sociedade a respeito de saúde sempre esteve presente, de algum modo e em algum grau na sala de aula e no ambiente escolar (BRASIL, 1998). Assim, as questões relacionadas à saúde vinham sendo tratadas por diferentes disciplinas escolares até que, em 1971, a lei 5692 introduziu formalmente a temática de saúde no currículo escolar, como “Programa de Saúde”. De acordo com essa legislação, Programas de Saúde não deveriam ser trabalhados como disciplina, mas por meio de atividades que contribuíssem para a formação de condutas e para a aquisição de conhecimentos e valores capazes de incentivar comportamentos que levassem os alunos a tomar atitudes corretas no campo da saúde. (BRASIL, 1998).

No final dos anos 90, época da elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): temas transversais (BRASIL, 1998), a avaliação da situação do ensino de saúde considerou este tema como ainda predominantemente centrado nos seus aspectos biológicos. Os conteúdos de saúde eram então prioritariamente trabalhados dentro da disciplina Ciências Naturais, com uma abordagem focada na transmissão de informações sobre doenças, seus ciclos, sintomas e profilaxias.

Nos dias atuais, passados mais de dez anos, da elaboração dos PCNs, estudos ainda comprovam que essa situação permanece inalterada. O ensino de saúde na escola ainda é centrado nos aspectos biológicos e também ainda é, principalmente, trabalhado nos conteúdos de Ciências Naturais e de Biologia

De acordo com os PCNs, os alunos vivenciam na escola situações que lhes possibilitam valorizar conhecimentos, práticas e comportamentos saudáveis ou não, o que indica que os espaços escolares e as atividades cotidianas praticadas dentro da escola tanto podem desenvolver atitudes voltadas para a saúde como podem ignorá-las.

Cabe destacar, ainda, que o papel da escola vem se tornando cada vez mais importante na formação de hábitos saudáveis. Nesse ambiente, deve haver espaço para educadores e alunos discutirem questões sobre saúde.

É interessante ressaltar que os projetos de educação em saúde na escola, em sua maior parte, são realizados nas aulas de Ciências ou Biologia, embora os assuntos estejam relacionados ao tema transversal Saúde, proposto como um tema a ser trabalhado em todas as disciplinas do currículo escolar, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais.


Referências

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília, DF, 1998. 436p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Promoção da Saúde. Escolas promotoras. 2002. Disponível em: www.saude.gov.br/programas/promocao/escolas.htm


Documentos Relacionados

Diretrizes para implementação do projeto saúde e prevenção nas escolas


Links interessantes

Ministério da Educação

Os conteúdos de saúde nos livros didáticos de ciências

O livro didático é um dos recursos mais presentes no ambiente escolar e muitas vezes é o principal meio utilizado pelos professores para direcionar o processo de ensino-aprendizagem. A partir do livro adotado os professores das diferentes disciplinas costumam selecionar os conteúdos e as atividades que organizam o dia-a-dia de sala de aula.

De acordo com Martins (2006), o texto do livro didático não é criado simplesmente a partir de uma transposição dos conteúdos de material científico para o ensino escolar. Ele deve contemplar as relações entre ciência, cultura e sociedade no que se refere à formação de cidadãos e sua composição deve partir de interações situadas em práticas sociais típicas do ensino na escola. Nesse sentido é possível afirmar que o livro didático representa uma articulação entre diferentes posições sociais e conceituais, constituindo e materializando o discurso sobre ciência na escola.

Em relação à educação em saúde nos livros didáticos de Ciências alguns autores destacam a importância do assunto e os problemas que podem estar relacionados às abordagens desse tema. Mohr (1995), em trabalho que analisa conteúdos de saúde nos livros didáticos, critica os conteúdos apresentados nos livros do ensino fundamental. Segundo a autora, os livros enfatizam mais os fatos do que as causas do processo saúde/doença valorizam excessivamente a memorização de nomenclatura técnica, e algumas vezes apresentam informações equivocadas, além de não se aproximarem do cotidiano do aluno.

Em estudo a respeito da educação para a saúde em manuais escolares espanhóis, Gavidia (2003), aponta que esses manuais não são uma referência suficiente para que os professores desenvolvam temas de educação em saúde na escola. E que, além disso, esse material não visa mobilizar mudanças de atitudes e de condutas na vida dos jovens.


Referências

FREITAS, E.O.; MARTINS, I. Concepções de saúde no livro didático de ciências. In: VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, 2009. Anais do VII ENPEC, Belo Horizonte: ABRAPEC, 2009.

GAVIDIA, V. La Educación para la salud en los manuales escolares españoles. Rev. Esp. Salud Publica, n.2, v.77, p.275-285, 2003.

MARTINS, I. Analisando livros didáticos na perspectiva dos Estudos do Discurso: compartilhando reflexões e sugerindo uma agenda para a pesquisa. Pro-Posições, v. 17, n. 1 (49) - jan./abr. 2006

MOHR, A. A saúde na escola: análise de livros didáticos de 1ª a 4ª séries. Cadernos de Pesquisa, n.94, p.50-57, 1995.


Documentos Relacionados

Guia para a formação de profisionais de saúde e de educação


Links interessantes

Promoción de la salud en la escuela
Salud Publica